Delação da UNISAU ao MP pode levar Dalete e o filho pra prisão

Empresa contratada para gerir o Hospital afirma que membros do governo pediram R$ 300 mil em propina

UNISAU afirma que governo Dalete Oliveira pediu R$ 300 mil em propina para renovar contrato e gerir Hospital Municipal
15 de Junho de 2018 - 09h24

A prefeita interina de Cajamar, Dalete Oliveira, pode renunciar ou ser presa a qualquer momento. A UNISAU (União da Beneficência Comunitária e Saúde), empresa contratada para administrar o Hospital Municipal afirmou em delação ao Ministério Público que membros do governo pediram R$ 300 mil em propina para que a entidade tivesse o contrato renovado em caráter emergencial.

Segundo a denúncia feita pelo diretor Executivo da UNISAU, José de Souza Dias, durante reunião com Joaquim Eduardo de Jesus, diretor de Licitações, e Eryck de Oliveira Giacon, diretor de Governo e filho da prefeita Dalete, foi exigido pagamento de R$ 300 mil em propina para que o aditivo fosse realizado e a entidade pudesse permanecer na gestão do HMC, e caso não aceitasse já existiriam outros “parceiros” dispostos a pagar e assumir o contrato futuro, assim como os demais Projetos na área da Saúde como Plano de Saúde da Família que está fechado por falta de médicos e profissionais.

Diante disso, o diretor da UNISAU se reuniu com o Dr. Ricardo Rodrigues Gama, ex-chefe de Gabinete, para informar o ocorrido. Gama convocou e interpelou Joaquim e Eryck sobre a denúncia e na sequência dirigiram-se ao gabinete da prefeita Dalete Oliveira aonde expuseram o que estava acontecendo na sua presença, causando um grande embate. Gama teria se posicionado no sentido de coibir atos como este (pois Dalete ao presenciar um crime de fraude à licitação, corrupção, improbidade administrativa e pedido de propina, deveria imediatamente ter dado voz de prisão aos envolvidos).

No entanto, ficou explícito na delação que Dalete, seu filho Eryck e o diretor de Licitações Joaquim, agiam em conjunto, pois segundo relato, nada foi feito e a UNISAU passou a sofrer uma perseguição frenética, com fracionamento nos pagamentos que prejudicaram os atendimentos e ameaças de represália. Logo foi feito o encerramento do contrato com a UNISAU e a contratação em caráter emergencial da empresa INSAÚDE com valor superior de R$ 50 mil por mês.

Denúncias

No documento protocolado no Ministério Público a UNISAU ainda diz: A Prefeitura Municipal de Cajamar, ao proceder pela declaração de vencedora e outorga dos serviços hospitalares emergenciais à OS INSAÚDE, do modo como agiu, cometeu graves ilícitos, a configurar atos de improbidade administrativa, fraude à licitação e formação de quadrilha, o que deve ser apurado com rigor pelos demais poderes constituídos (Câmara Municipal e Poder Judiciário), órgãos de controle (TCE) e fiscalização (MPE e Polícia Civil), bem como aqueles de índole social (Conselho Municipal de Saúde).

CRÔNICA

Os fatos narrados pela UNISAU são gravíssimos e estarrecedores. O jornal NewsOeste já vinha revelando a falta de médicos e remédios nas Unidades de Saúde da Família, as irregularidades administrativas, o racha no governo por conta da abertura do segundo processo de impeachment, e que a queda de Ricardo Gama era um forte indício de que a gestão Dalete estava ruindo. É importante lembrar que essas e outras informações reveladas com exclusividade por NewsOeste, foram rapidamente desmentidas pelo governo, mas que não se sustentaram à medida que vídeos foram gravados e expostos em nossas plataformas digitais mostrando que estamos com a verdade e presamos pela credibilidade do nosso trabalho.

Comprovadas as denúncias, o governo Dalete não só ruiu como acabou! E seus principais membros devem parar atrás das grades. É muito triste para Cajamar ter uma prefeita eleita afastada pela suposta prática de 27 crimes e agora a vice-prefeita, seu filho e o diretor de licitações delatados por fraude, corrupção, pedido de propina e formação de quadrilha. Dalete também responde a três processos de impeachment abertos pela Câmara, já teve três cassações de mandato em primeira instância na Justiça Eleitoral e uma condenação em segunda, mas segue no cargo agarrada numa liminar do TSE. Essa delação também revela que o político que “vende a alma pro diabo” para permanecer no poder, acaba trucidado por ele. Acabou, Dalete!