Esposa de ex-primeiro-ministro do Nepal morre queimada em ataque à sua casa

Rajyalaxmi Chitrakar, esposa do ex-primeiro-ministro nepalês Jhalanath Khanal, morreu nesta terça-feira (9) após sofrer queimaduras graves quando manifestantes incendiaram sua residência em Katmandu com ela dentro, segundo confirmaram à Agência EFE fontes hospitalares. Chitrakar foi levada em estado crítico ao Hospital de Queimados de Kirtipur, mas morreu devido aos ferimentos. Além dela, três manifestantes morreram no Hospital Civil, segundo confirmou à EFE o diretor do centro, Mohan Regmi. A polícia informou sobre outras duas mortes em um tiroteio em Kalimati, o que eleva para 25 o total de mortos desde o início dos protestos no Nepal. A violência se estendeu por toda Katmandu, transformada em cenário de ataques sistemáticos contra dirigentes políticos e suas famílias.
A residência privada do agora ex-primeiro-ministro, K. P. Sharma Oli, foi incendiada no mesmo dia em que o político apresentou sua renúncia, enquanto outros líderes de alto escalão, como o ex-primeiro-ministro Sher Bahadur Deuba, foram agredidos em suas casas. Sua esposa, Arzu Rana Deuba, ministra das Relações Exteriores, também foi atacada, em um episódio registrado em imagens que circulam nas redes sociais.
As multidões também atearam fogo em vários edifícios oficiais, entre eles o Parlamento, o Escritório da Presidência e a sede do Tribunal Supremo, além de atacarem veículos de comunicação, incluindo o complexo do Kantipur, o grupo de imprensa mais importante do Nepal. O Exército do Nepal emitiu um comunicado no qual pediu à população que mantivesse a calma e a moderação após a renúncia do primeiro-ministro, apelando para que “evitem mais perdas humanas e materiais” e para buscar “uma solução pacífica por meio do diálogo político”.
Na mesma linha, o prefeito de Katmandu, Balendra Shah, se uniu ao apelo e pediu moderação aos manifestantes para evitar um maior derramamento de sangue. O aumento da espiral de violência ocorre apesar da renúncia, nesta terça-feira, do primeiro-ministro e de vários de seus ministros, o que não conseguiu acalmar a população nem deter os protestos do movimento autodenominado “Geração Z”.
Fonte: Jovem Pan