Lula: "A visita mais importante que já fiz ao Japão"

Presidente detalha, durante coletiva de imprensa, avanços nas relações comerciais em diversas áreas

O presidente Lula na cerimônia de despedida do Japão: na bagagem, laços mais estreitos nos campos político
28 de Março de 2025 - 12h40

Após quatro dias de intensos compromissos, que resultaram na assinatura de dez acordos e quase 80 instrumentos de cooperação entre Brasil e Japão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se despediu do país asiático nesta quinta-feira, 27 de março, com uma percepção que aponta para o sucesso da visita de Estado: “Saio do Japão muito satisfeito. Essa foi a visita mais importante que fiz ao Japão, das cinco que já fiz”, resumiu Lula, durante coletiva de imprensa antes de embarcar para o Vietnã, segundo destino da viagem à Ásia.

A visita da comitiva formada pelo presidente, ministros, parlamentares, empresários e sindicalistas, iniciada na segunda-feira (24/3), abriu portas nas relações entre os dois países em áreas como transição energética, agricultura e pecuária, educação, saúde comunicações, ciência e tecnologia e aviação. Um exemplo é o anúncio da compra de 15 jatos da Embraer pela All Nippon Airways (ANA), maior companhia aérea japonesa, num negócio estimado em R$ 10 bilhões.

As conversas apontam ainda para a possibilidade de um acordo comercial entre Japão e Mercosul e o potencial de abrir o mercado japonês para a carne produzida no Brasil. Há diálogos em busca de parcerias para a recuperação de terras degradadas no Brasil para o cultivo de alimentos e de combustíveis limpos. No plano quantitativo, a intenção é resgatar o melhor momento do fluxo comercial entre os países, que chegou a 17 bilhões de dólares anuais em 2011, mas caiu nos últimos anos para 11 bilhões.

“É preciso retomar uma relação comercial muito forte com o Japão, porque nós não queremos vender apenas carne. Queremos vender e comprar. Nós queremos que as indústrias brasileiras estejam no Brasil produzindo etanol, produzindo biodiesel, produzindo hidrogênio verde, produzindo carro híbrido com tecnologia avançada para que a gente possa contribuir com a descarbonização do planeta Terra”, frisou Lula.

No ano em que as duas nações celebram 130 anos de relações diplomáticas, houve uma decisão de que os chefes de Estado se encontrarão a cada dois anos para que os laços comerciais se intensifiquem. Somam-se a isso discussões em torno do trabalho conjunto no combate à mudança do clima, tendo a COP30, em Belém, como catalizador, e, no campo da geopolítica, a concordância de que é preciso atuar no fortalecimento da democracia, do multilateralismo e em busca de reformas no Conselho de Segurança da ONU.