Cultura de Barueri promove oficina de adaptações literárias no Jardim Belval

A cineasta abordou adaptações de livros para o cinema e exibiu seu premiado curta-metragem

Oficina literária em Barueri conecta jovens ao universo do audiovisual com Giuliana Monteiro
22 de Novembro de 2024 - 09h09

Na tarde da última quarta-feira, dia 13, a Secretaria de Cultura e Turismo de Barueri (Secult) promoveu na Biblioteca Eny Cordeiro, em parceria com o MIS (Museu da Imagem e do Som), a oficina literária “É Tudo Palavra! Livro=Roteiro?” com a cineasta Giuliana Monteiro.

“Faço parte do Projeto Pontos Mis, do Museu da Imagem e do Som de São Paulo. O objetivo é fomentar o audiovisual fora do eixo São Paulo Capital buscando cidades da Grande São Paulo, do interior e do litoral paulista”, revela Giuliana. “O resultado tem sido interessante porque a gente encontra pessoas que não tinham acesso a esse tipo de conhecimento e que conseguiram realizar seus projetos”, complementa ela.

O conteúdo

“Tudo que está escrito no roteiro deve ser audível ou visível”, revelou Giuliana num dos slides. Ela comparou o roteiro da cena inicial do filme “Cidade de Deus” (2002) com a obra premiada dos diretores Fernando Meirelles e Kátia Lund. Vale lembrar que o filme é baseado no livro homônimo de Paulo Lins, lançado em 1997.

Ficaram evidenciadas as mudanças pelas quais as obras passam e porque, na maioria das vezes, as adaptações cinematográficas não agradam os autores dos livros, uma vez que têm de passar por adequações interpretativas, temporais e principalmente de ordem orçamentária.

Várias obras literárias também foram citadas, como “O Meu Pé de Laranja Lima”, de José Mauro de Vasconcelos, e “Estação Carandiru”, de Drauzio Varella. Os presentes, em sua maioria estudantes do ensino médio, também participaram de um exercício no qual colocaram suas ideias no papel para posterior análise do grupo.

No encerramento da oficina ocorreu a exibição do curta-metragem “Eu Não Digo Adeus, Digo Até Logo”, dirigido por Giuliana em 2014. A obra é baseada numa história real de um adolescente de 17 anos que roubou um ônibus no Terminal Rodoviário Tietê.

A adaptação já começa pela idade do protagonista Antônio, que no filme tem apenas 10 anos e sai dirigindo um caminhão. “O menino também sabe dirigir, mas nós tomamos todas as precauções, inclusive com a interdição da estrada na cena final, para que nenhum acidente ocorresse”, conta ela. A obra já participou de mais de 30 festivais nacionais e internacionais e arrebatou diversos prêmios.

A oficineira

Giuliana Monteiro nasceu na Capital Paulista em 1981, é roteirista há 15 anos e está no Projeto Pontos Mis desde 2018. Possui mestrado de produção de filmes pela Faculdade de Nova York e está à frente do “Projeto Paradiso”, que investe em formação profissional e na geração de conhecimento no setor audiovisual. Logo após a oficina em Barueri, ela foi direto para outra atividade similar em São Roque.