Presidente Lula recebe executivo do grupo indiano Tata Sons
Opresidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, na tarde desta segunda-feira, 25 de março, no Palácio do Planalto, o presidente do Conselho da Tata Sons, Natarajan Chandrasekaran. Também estavam presentes o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Industria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e o presidente da APEX Brasil, Jorge Viana. O grupo indiano visita o Brasil em missão de prospecção de novos negócios.
O presidente Lula expressou intenção de aumentar o comércio e os investimentos entre Brasil e Índia, “muito pequenos em relação ao tamanho e às possibilidades dos dois países”. Citou a propósito os esforços do Governo Federal no sentido da renovação da indústria brasileira (Nova Indústria) e exemplificou setores como o da saúde e o da transição energética como de grande potencial para o aumento do intercâmbio bilateral: “Brasil e Índia precisam construir uma parceria mais forte”. O presidente reforçou também a importância de que sejam organizadas cada vez mais missões empresariais entre os dois países.
O presidente ouviu de Chandrasekaran que o grupo Tata já conta 150 anos de existência, e que em seu portfólio de negócios se destaca a indústria automobilística, seja de fabricação própria ou pela aquisição da Jaguar-Land Rover. O grupo também tem presença marcada no setor energético e está entre os maiores produtores de componentes para energia eólica e solar, além de investir em biocombustíveis, veículos elétricos e demais setores envolvidos na transição energética. O conglomerado atua também no agro, em fertilizantes, em medicamentos, em serviços financeiros e de seguros e na indústria aeroespacial. Também deve iniciar atuação nas áreas de baterias de lítio e semicondutores.
O executivo indiano salientou que o grupo tem hoje 5 mil empregados no Brasil e que planeja abrir uma nova planta em Londrina (PR), na área de TI, que poderá empregar cerca de 2,5 mil funcionários. Ele também concordou com o presidente Lula de que Brasil e Índia são países amigos e que há muitas oportunidades para aumentar as relações econômicas entre ambos.
O presidente Lula relembrou reunião empresarial bilateral realizada na Índia, em 2008, momento em que o fluxo de comércio era ainda menor e que o desafio era chegar a US$ 10 bilhões, meta que hoje já se concretizou, mas segue muito pequena. Lamentou as dificuldades de atuação da Organização Mundial do Comércio e ressaltou que, nesse cenário, cabe aos governos e empresários dinamizarem as relações econômicas entre os paises.
Chandrasekaran falou também da experiência indiana, durante a presidência do G20 no ano passado, e destacou o desenvolvimento da plataforma B20, com o objetivo de fomentar contatos entre empresários e investidores, favorecendo a integração de cadeias produtivas, o desenvolvimento de talentos e a busca de soluções conjuntas em áreas de ponta, como a inteligência artificial.
O vice-presidente Geraldo Alckmin ressaltou a reforma tributária, que deverá facilitar o comercio internacional, citou também o Mover, programa para favorecer a inovação e o interesse do Brasil em veículos híbridos, e destacou que a renovação do parque industrial também trará mais oportunidades na área da energias renováveis. Lembrou a iniciativa lancada pelos presidentes Lula e Joe Biden (Estados Unidos) em prol dos biocombustíveis. O executivo da Tata comentou que a Índia também realizou significativa reforma tributária.
O presidente Lula saudou o desenvolvimento da Índia como “algo muito positivo”, principalmente tendo em conta sua população de 1,4 bilhão de pessoas. Destacou que a Índia também tem realizado investimentos na África e outras regiões em desenvolvimento, onde a presença das nações desenvolvidas têm perdido importância relativa. Citou também que o Brasil está recuperando terras degradadas.
“Tenho esperança de que juntos podemos construir um mundo mais próspero”, disse o presidente. Salientou, nesse sentido, o combate à desigualdade como uma das prioridades colocadas pelo Brasil na presidência do G20, além da agenda da sustentabilidade e da reforma da governança global.
Foto: Ricardo Stuckert/PR