Deputada Solange Freitas questiona queda da cobertura vacinal contra a poliomielite
A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo sediou, nesta quinta-feira (23), uma audiência pública para tratar sobre a queda da cobertura vacinal contra a poliomielite. O evento foi solicitado pela deputada Solange Freitas e pela Fundação ABRINQ (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos). Participaram dos debates a Dra Karina Ribeiro , epidemiologista na Sanofi, Dra Brigina Kemp, assessora técnica de vigilância em saúde - Conasems (conselho nacional dos secretários municipais de saúde) e Dra Ana Paula Valeiras, chefe de departamento de vigilância em saúde de Santos. Além delas, representantes da Secretaria de Saúde do Estado.
A poliomielite é altamente contagiosa e a única maneira eficaz de previnir a doença é a vacina. Mas dados do Observatório da Criança e do Adolescente, da fundação Abrinq, indicam que a cobertura vacinal, especialmente na primeira dose em crianças com até 1 ano de idade, está abaixo do ideal no Brasil. Segundo o levantamento, no ano passado, apenas 77,2% da população nesta faixa etária recebeu a primeira dose, e a taxa da dose de reforço, para crianças com menos de 4 anos, foi ainda mais alarmante, com apenas 67,7% de adesão.
A Dra Karina Ribeiro, em sua apresentação, falou sobre as vacinas necessárias desde o nascimento. Ela ressaltou que na Baixada Santista, desde 2016 não alcança a cobertura vacinal da poliomielite e pentavalente.
“A gente precisa tomar conta da cobertura vacinal para garantir o futuro das crianças no país”, enfatizou.
A dra Brigina Kemp mostrou o resultado de uma pesquisa do ImunizaSus, de 2021, sobre o fortalecimento das ações de Imunização nos municípios.
“Esse encontro hoje mostra a importância da ampliação do dialógo. É fundamental as falas entre educação, ministério da saúde, todos os meios para melhorar o acesso”, concluiu a doutora.
Ana Paula Viveiros Valeiras enfatizou os dados alarmantes, porém, reforçou todo o esforço dos municípios e estado para que não falte vacinação. Na cidade de Santos, por exemplo, a cada dez crianças de até 15 anos, duas não estão com seu cartão de vacinação em dia.
Com isso, o município tem feito trabalho nas escolas, ações como o dia D da vacinação, atividades intra e extramuros para buscar o aumento dos números da vacinação.
“Temos que ser proativos, irmos atrás, não ficarmos esperando. Não adianta ficar olhando que a cobertura está caindo. Vamos nos mexer.”
Diante de toda estática apresentada pelas responsáveis acima, a deputada reforçou mais uma vez a importância do trabalho realizado na audiência pública tendo a oportunidade de debater com os profissionais da saúde.
“Precisamos levar a informação para as pessoas, mostrar a situação real e chamar atenção para que as pessoas vacinem. Ações conjuntas para melhorar a cobertura. A audiência mostrou a importância de cada um fazer um pouco para melhorar os índices. Que possamos fazer uma outra audiência com dados positivos de aumento da cobertura vacinal”, concluiu a parlamentar.