Bitcoin é o ativo que obteve a melhor performance em 2023 até o momento

Muitos investidores têm recorrido ao Bitcoin como um refúgio para riscos provocados por governos

Paulo Boghosian é Graduado em Administração de Empresas pelo Insper-SP e leciona sobre criptoativos há mais de 6 anos
5 de Maio de 2023 - 15h06

Após um desafiador ano de 2022 para o mercado de criptoativos, o Bitcoin se destaca como o ativo com a melhor performance entre as principais classes. Segundo dados da Economática, em 2023 o Bitcoin subiu 71,35%, Ethereum 56,31%, Real 7,40%, Nasdaq 18,68%, Gold 8,21%, S&P 6,13% e Commodities -7,95%. Aqueles que acompanham o mercado cripto há mais tempo reconhecem que o Bitcoin (BTC) e o setor vieram para ficar. No entanto, muitos investidores ainda se surpreendem com a volatilidade e a inovação desta nova classe de ativos.

Afinal, quando foi a última vez que uma nova forma de dinheiro surgiu? Os inúmeros golpes e esquemas de pirâmide envolvendo empresas que alegam investir em criptoativos só aumentam a desconfiança no setor. Contudo, é importante frisar que tais golpes envolvem empresas, não criptoativos em si. O Brasil é também uma referência mundial em veículos de investimento neste mercado, com fundos e ETFs regulamentados, além de corretoras legítimas com vasta experiência.

Em um cenário de estresse e alto risco no mercado financeiro global, muitos investidores têm recorrido ao Bitcoin como um refúgio para riscos provocados por governos e bancos centrais instáveis. Estamos diante de um cenário macroeconômico extremamente complexo, no qual o Bitcoin tem se destacado. A política de aperto monetário adotada pelo FED, o banco central americano, que elevou as taxas de juros em tempo recorde após tardar a reagir à inflação, tem gerado elevados riscos para o sistema financeiro global. Bancos americanos de pequeno e médio porte, como o Silicon Valley Bank e o First Republic Bank, estão enfrentando a falência, e diversos outros se encontram em condições frágeis. Analistas demonstram preocupação com o possível contágio nos mercados globais, o que tem prejudicado o desempenho das principais classes de ativos nos últimos meses.

Dessa forma, muitos investidores têm buscado abrigo em um ativo que, apesar de volátil, é escasso como o ouro, com oferta monetária limitada e independente do sistema financeiro tradicional.