UE critica medidas adotadas na Polônia e alega atentado
Milhares de manifestantes foram à s ruas da Polônia neste domingo (1) demonstrar apoio aos juÃzes locais. Cerca de 100 localidades ao redor do paÃs tiveram atos em solidariedade aos integrantes do poder judiciário local.
A principal crÃtica é a crescente interferência do Governo no sistema de justiça e uma suposta intimidação na tomada de decisões. O partido nacionalista Lei e Justiça implementou uma polêmica reforma judiciária em partes até semelhante ao que é discutido no Brasil.
O governo do presidente Andrzej Duda diminuiu a idade de aposentadoria compulsória dos integrantes do Tribunal Supremo renovando em mais ou menos um terço a composição da corte.
Além disso, a extrema-direita polonesa mudou as regras de nomeação de juÃzes dando ainda mais poder para o poder.
A União Europeia vem criticando duramente as medidas que, segundo a entidade, atentam contra o estado democrático. O governo polonês, por sua vez, alega que essas mudanças eram necessárias para combater a corrupção no sistema judiciário.
Ocorre que as indicações de autoritarismo ideológico e polÃtico são flagrantes na Polônia, tanto que as manifestações desta foram motivadas pelo afastamento de um juiz que criticou a indicação de um colega feita pelo presidente.
O juiz afastado se chama Pawel Juszczyszyn. Ele chegou inclusive a participar das manifestações e declarou que os magistrados não podem sucumbir à pressão do governo porque sem um judiciário livre também não existem cidadãos livres.
A Polônia passa por um momento conturbado nas suas relações com o resto da Europa se distanciando cada vez mais de valores bastante caros à maioria do continente.
A questão do judiciário é talvez a mais delicada delas desde que o Lei e Justiça chegou ao poder – quase cinco anos atrás.
Os problemas das cortes do paÃs estão sendo utilizados para promover reformas que só interessam ao grupo que está no poder.