Oswaldo sai de férias com pior marca entre os técnicos corintianos em 2016
Aposta unilateral do presidente Roberto de Andrade, Oswaldo de Oliveira foi técnico com o pior aproveitamento entre os quatro que o Corinthians teve em 2016. Além dele, que fracassou na missão de conduzir a equipe à próxima Copa Libertadores da América, Tite, Cristóvão Borges e o auxiliar Fábio Carille exerceram a função.
Hoje na Seleção Brasileira, Tite foi quem mais comandou o Corinthians na temporada e quem alcançou os melhores números. Ainda contando com jogadores que viriam a aumentar o desmanche do elenco – como o zagueiro Felipe, os volantes Bruno Henrique e Elias e os atacantes André e Luciano –, o gaúcho campeão mundial de 2012 acumulou 21 vitórias, oito empates e seis derrotas em 2016 (aproveitamento de 67,61% dos pontos disputados), com 60 gols marcados e 24 sofridos.
Apesar de ser quase unanimidade entre os críticos no momento, graças ao início de trabalho bem-sucedido na Seleção, Tite também tem a sua parcela de culpa para a má fase do Corinthians, segundo alguns. Foi o ídolo quem recomendou boa parte dos atletas que deixaram a desejar na reformulação do plantel, como os meias Guilherme, Giovanni Augusto e Marquinhos Gabriel. “Sinto responsabilidade”, disse à TV Gazeta, sobre a queda de produção do seu ex-clube.
Sem Tite, o Corinthians tentou se encontrar com Cristóvão Borges, cuja passagem foi marcada pelas excessivas contestações de torcedores, principalmente em relação às substituições que ele promovia. Jogador corintiano entre 1986 e 1987, o baiano teve sete vitórias, cinco empates e seis derrotas (aproveitamento de 48,1% dos pontos disputados) antes de ser demitido, com 23 gols marcados e 20 sofridos.
Para o lugar de Cristóvão, Roberto de Andrade apostou em uma solução caseira a princípio, promovendo o auxiliar Fábio Carille. O profissional, que sempre aceitou a condição de interino, alcançou quatro vitórias, um empate e três derrotas (aproveitamento de 54,16% dos pontos disputados), com dez gols marcados e oito sofridos.
Já no final da temporada, Oswaldo de Oliveira chegou, deflagrando uma crise política no Corinthians – o ex-presidente Andrés Sanchez e os seus aliados, como o ex-diretor Eduardo Ferreira, que se desligou da gestão de Roberto de Andrade, opuseram-se à contratação idealizada por Roberto de Andrade.
Dentro de campo, Oswaldo sofreu mais dos que os seus antecessores. Viu o Corinthians ser eliminado da Copa do Brasil pelo Cruzeiro e despencar ainda mais no Campeonato Brasileiro. Só teve duas vitórias, além de quatro empates e três derrotas (aproveitamento de 37,03% dos pontos disputados), com 11 gols marcados e 15 sofridos.
Quando é questionado sobre os maus resultados do Corinthians, Oswaldo faz o mesmo do que quem já deixou o clube – cita o desmanche do elenco campeão brasileiro em 2015 e o pouco tempo que teve para trabalhar. O técnico campeão mundial de 2000 está certo da sua permanência em 2017 – e perde reforços para vingar –, mas ainda enfrenta resistência entre as pessoas que cercam a administração de Roberto de Andrade.