Venezuela descarta cortar fornecimento de energia para Roraima
A Venezuela não só vai manter, como ampliará o fornecimento de energia elétrica para Roraima, apesar da dívida de 40 milhões de dólares que, segundo o Brasil, não pode ser paga, devido às sanções dos Estados Unidos contra Caracas.
A informação foi divulgada pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro, durante reunião com a governadora de Roraima, Suely Campos. O encontro ocorreu nesta quinta-feira, no Palácio Miraflores, em Caracas. Nele, Maduro manifestou também a intenção de implementar um plano de repatriação de venezuelanos que queiram retornar ao país.
Segundo a assessoria da governadora, Maduro se comprometeu em determinar “a imediata manutenção do Linhão de Guri em território venezuelano”. A linha de 706 quilômetros de extensão liga Boa Vista ao complexo hidrelétrico de Guri, em Puerto Ordaz.
A afirmação foi feita em meio a notícias veiculadas pela imprensa de que o governo da Venezuela teria feito uma ameaça de corte no fornecimento de energia enviada a Roraima.
“O presidente [Maduro] garantiu que vai começar imediatamente a manutenção da rede elétrica para melhorar a qualidade da energia para nós e que vai prorrogar o contrato até que tenhamos a construção do Linhão de Tucuruí. Então, com isso, se nós chegarmos a aumentar a quantidade de megawatts, teremos a segurança energética de que precisamos para atrair novos investimentos, novos empresários do setor produtivo, para seguir crescendo”, disse por meio de nota a governadora.
Em agosto, o chanceler Aloysio Nunes confirmou que o Brasil negociava com Caracas para evitar que a estatal Corpoelec cortasse a luz de Roraima pela dívida de 40 milhões de dólares, em razão das sanções de Estados Unidos e União Europeia que complicavam o pagamento via instituição bancária.
Roraima é o único dos estados da União não conectado ao sistema elétrico brasileiro. O estado compra a energia produzida na hidrelétrica venezuelana de Guri, através de uma linha de transmissão inaugurada em 2001 pelos então presidentes Hugo Chávez e Fernando Henrique Cardoso.
Repatriação de venezuelanos
A situação em Roraima tem ficado complicada também devido ao impacto causado pela entrada de um grande número de venezuelanos no Brasil, principalmente nos serviços públicos de saúde e segurança do estado.
De acordo com o governo local, 800 venezuelanos atravessam a fronteira diariamente, em busca de melhores condições de vida no Brasil.
Segundo Suely, o governo de Roraima garantirá transporte a todo venezuelano que queira retornar a seu país. A ajuda deverá ter início na próxima semana, atendendo 100 imigrantes que teriam se cadastrado no consulado daquele país com o intuito de fazer a viagem de volta.
(Com Agência Brasil e AFP)