Câmara vai votar o relatório da CEI e prefeita pode ser afastada

Empresa contratada para gerir o Hospital afirma que membros do governo pediram R$ 300 mil em propina

Vereadores vão votar relatório da Comissão Especial de Inquérito e prefeita pode ser afastada
26 de Julho de 2018 - 22h25

A Câmara Municipal de Cajamar vai realizar uma Sessão Extraordinária nessa sexta-feira, 27 de Julho, às 19h, para votar relatório feito pela Comissão Especial de Inquérito (CEI), que investiga supostos crimes de corrupção, improbidade administrativa, fraude à licitação e formação de quadrilha envolvendo membros do alto escalão da Prefeitura, com total conhecimento da prefeita Dalete Oliveira, que pode ser afastada do cargo pela Justiça. Nas redes sociais, moradores se mobilizam para promover um protesto no dia da votação pedindo Impeachment de Dalete e também sua renúncia.

Entenda o Caso

Segundo denúncia feita por José de Souza Dias, diretor Executivo da empresa UNISAU (União da Beneficência Comunitária e Saúde) ao Ministério Público, durante reunião com Joaquim Eduardo de Jesus (diretor de Licitações e Compras) e Eryck de Oliveira Giacon (diretor de Governo e filho da prefeita Dalete Oliveira), foi exigido pagamento de R$ 300 mil em propina para que a empresa tivesse o contrato de gestão do Hospital Municipal Enfermeiro Antônio Policarpo de Oliveira renovado, e caso não aceitasse já existiriam outros “parceiros” dispostos a pagar e assumir o contrato futuro.

Diante disso, o diretor da UNISAU se reuniu com o Dr. Ricardo Rodrigues Gama, ex-chefe de Gabinete, diretor de Educação e Negócios Jurídicos (homem mais forte do governo e braço direito da prefeita), para informar o ocorrido. Advogado experiente, Gama convocou e interpelou Joaquim e Eryck sobre a denúncia e na sequência dirigiram-se ao gabinete da prefeita Dalete Oliveira aonde expuseram o que estava acontecendo na sua presença, causando um grande embate. Gama teria se posicionado no sentido de coibir atos como este e Dalete ao presenciar um crime de fraude à licitação, corrupção, improbidade administrativa e pedido de propina, deveria imediatamente ter dado voz de prisão aos envolvidos, mas nada fez.

Após isso, a UNISAU passou a sofrer uma perseguição frenética, com fracionamento nos pagamentos que prejudicaram os atendimentos e ameaças de represália que resultaram no encerramento do contrato com a UNISAU e a contratação em caráter emergencial da empresa INSAÚDE, pelo período de seis meses, com valor superior a R$ 50 mil por mês, que totaliza os R$ 300 mil pedidos como propina. Além disso, Gama foi demitido do Gabinete e em seu lugar Dalete promoveu Joaquim Eduardo, envolvido no escândalo.

Depoimentos

A Comissão Especial de Inquérito da Câmara Municipal ouviu depoimentos de José Dias e Ricardo Gama. Joaquim Eduardo e Erick Giacon compareceram, mas se negaram a responder as perguntas. A prefeita Dalete não apareceu para dar sua versão. O Ministério Público também começou a ouvir os depoimentos e já abriu Inquérito Civil para investigar a ação. A Polícia Civil também está no caso.