A situação jurídica da prefeita de Cajamar, Dalete Oliveira, se agrava e sua permanência no cargo tornou-se insustentável. Nessa quarta-feira (11), em depoimento à Comissão Especial de Inquérito que foi aberta pela Câmara Municipal, Ricardo Rodrigues Gama, ex-chefe de Gabinete, Diretor de Educação e Negócios Jurídicos da Prefeitura de Cajamar, confirmou que é prova testemunhal dos crimes de fraude à licitação, corrupção, improbidade administrativa e formação de quadrilha, que teriam sido praticados por Joaquim Eduardo de Jesus (diretor de Licitações e Compras) e Eryck de Oliveira Giacon (diretor de Governo e Gestão), com total conhecimento da prefeita Dalete.

Segundo delação feita por José de Souza Dias, diretor Executivo da UNISAU (empresa que gerenciava o Hospital Municipal), ao Ministério Público, Erick e Joaquim pediram R$ 300 mil em propina para que a entidade tivesse o contrato renovado com a Prefeitura. A confirmação também foi feita em depoimento de Gama à Polícia Civil como prova testemunhal. Experiente advogado, ele era considerado o homem forte do governo, braço direito da prefeita, inclusive tendo sido nomeado por ela para ocupar três importantes cargos ao mesmo tempo na administração municipal.

Seu depoimento é devastador. “O Dias me ligou dizendo que tinha algo urgente pra falar comigo pessoalmente e eu falei que estava na Diretoria de Educação. Ele compareceu e me contou o ocorrido, que o filho da prefeita e o Joaquim Eduardo estavam pedindo pra ele R$ 300 mil”, informou Ricardo Gama. Num outro trecho do depoimento ele diz: “Eu abri a porta (do Gabinete) fui chamei a prefeita, no caminho eu já avisei ela o que, que era tal, ela entrou na sala, daí falei pra ela tomar providências, exonerar esse pessoal, mas na verdade quem foi exonerado fui eu e depois soube que o Joaquim ainda assumiu a chefia de Gabinete, acumulando a diretoria de Licitações e compras”. Dalete, Erick e Joaquim negam as acusações.