Com política industrial e PAC, Lula prevê Brasil a “100 por hora”

mportância da política industrial, das compras governamentais e de investimentos foram destacadas

Estimativa do Governo Federal é de R$ 106 bilhões na indústria em quatro anos
11 de Julho de 2023 - 15h51

Um país capaz de retomar o fôlego da política industrial, de olhar o mercado de compras governamentais e o Sistema Único de Saúde como indutor do crescimento econômico e pronto para apresentar à sociedade um amplo portifólio de obras de infraestrutura. No Conversa com o Presidente desta terça, Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou que desse cardápio vai sair um Brasil capaz de avançar a “100 por hora”.

“Um país que tem uma política industrial correta, consegue exportar produtos com maior valor agregado, os chamados manufaturados. Isso agrega mais dinheiro para a nação, uma indústria agrega mais salário ao povo trabalhador, uma média salarial melhor, e o país cresce do ponto de vista científico e tecnológico”, disse o presidente.

Ele exaltou a retomada do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial, que não se reunia desde 2015 e teve a primeira agenda na última semana. Na ocasião, o governo anunciou que a previsão inicial é de que, em quatro anos, sejam feitos investimentos em toda a indústria pelo menos R$ 106 bilhões — com recursos do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii).

Do evento já saiu também um arcabouço de proposta de política industrial, que deve ser discutida no “Conselhão” para que o Governo Federal transforme as sugestões em políticas a serem implementadas. O Conselhão é um grupo formado por 246 conselheiros, entre representantes do Governo Federal e da sociedade civil, com representação de todos os estados e de vários segmentos, que assessora o Planalto na formulação de políticas visando o desenvolvimento econômico e social sustentável.

INVESTIMENTOS – Na conversa com o jornalista Marcos Uchôa, o presidente defendeu ainda que o setor de inovação receba investimentos vultosos. “Há uma perspectiva de investimento de até R$ 6 bilhões em inovação. Tem que ser uma política industrial para valer. Além de a gente fazer investimento e inovação, temos que discutir que nicho de indústria a gente vai querer crescer”, disse.

Para Lula, um dos setores com potencial de crescimento é o da saúde, para fornecimento de insumos e máquinas ligadas ao setor para o Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de compras governamentais.

“O SUS é um grande mercado consumidor. É por isso que defendemos as compras governamentais serem fortalecidas. Se a gente abre as compras governamentais para comprar produtos estrangeiros, a chance da nossa pequena e média empresa crescer acaba. E nós queremos fortalecer o pequeno e médio empreendedor, a pequena e média empresa, porque essa gente gera emprego e riqueza para o país”.

PAC – Durante o programa, o presidente também tratou do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e ressaltou que julho será um mês marcante. “Vamos lançar nesse julho o novo PAC, em que a gente vai pegar a questão energética, a questão da transição ecológica, de rodovias, ferrovias, saneamento básico. Vamos lançar muitos programas agora no mês de julho para que em agosto a gente comece já com o carro a 100 por hora”, adiantou.

FRONDOSA - Por fim, Lula mandou um recado otimista para o país e, ao comentar o atual momento da nação, comparou o Brasil a uma árvore frutífera. “A economia vai voltar a crescer, a inflação vai continuar caindo, os juros vão ter que baixar para que a gente possa ter crédito disponibilizado a custo baixo para que o povo que queria empreender possa pegar dinheiro emprestado. E aí a gente vai começar a melhorar o salário, a gente vai fazer mais política de inclusão social, a gente vai investir muito na pequena e média empresa, no pequeno e médio empreendedor, e tudo vai voltar à normalidade desse país. Cuidar desse povo é a nossa missão. Nós vamos colher os frutos dessa árvore extraordinária, frondosa, chamada Brasil”, concluiu.